MINHA MÃE É UMA PUTA

 

Não é só no título de seu filme que Lee Sang Woo (que também escreve e protagoniza o longa) pretende instigar o público. Sua câmera registra a inversão de valores numa sociedade que cresceu com o peso de uma doutrina cristã. Mas para posicionar a religião em nosso tempo, o diretor se perde com o desenvolvimento narrativo, fazendo contraponto com as desconstruções de planos da cartilha do cinema clássico americano.

Minha Mãe é Uma Puta busca a fuga em extremos, que só resulta num riso tímido ou na reprovação instantânea, enfrentando literalmente a única possibilidade que o diretor nos permite. Seja pela visão de um desvio comportamental, da "real liberdade" ou uma triste herança, no fim das contas, o filme de Sang Woo perde a chance de elaborar personagens ou uma situação social para, simplesmente, chocar.

O grande problema do filme é como o diretor coloca suas mensagens imbuídas em situações que buscam denegrir classes, gostos e escolhas pessoais. Se não fosse isso apenas, a ladeira desce um pouco mais por conta da bagunça narrativa.

 
Minha Mãe é Uma Puta (Mother is a Whore, Coréia do Sul, 2009) de Lee Sang Woo

4 comentários:

  1. É aquele tipo de título que nos faz pensar duas vezes antes de falar. xD

    Mesmo com uma estrelinha somente e o comentário negativo, assistiria porque esse título é curioso demais.

    []s!

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  2. Foi o mesmo com Eu Matei Minha Mãe, no Festival do Rio ano passado. Filme desconhecido, mas uma filha enorme e sala lotada também. O título com certeza ajudou.

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  3. Onde posso assitir esse filme na web?

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