Na onda do resgate de gêneros, O Vingador utiliza o seu tempo a favor: o clássico modelo do exploitation aqui abraça a tecnologia, onde a definição da imagem pode ser até uma antítese de filmes que eram vendidos justamente pela falta de técnica e qualidade.
O Vingador jorra sangue e anarquia. O preceito está intacto, juntamente com o fiapo de história que engloba gangsters, prostitutas, mendigos e claro, muita violência. No âmago, a discussão sobre a banalização da vida e da imposição do corte na linguagem de cinema imposta pela TV. Mas, o filme que segue a risca o dogma do sleaze e do gore, coloca em seu título (no original Hobo With a Shotgun, algo como “Mendigo com uma Espingarda”) a pretensão em entregar cenas grotescas e igualmente impecáveis com um único motivo: diversão.
O filme de Jason Eisener é um raro caso de amplitude da ótica dentro de um gênero: caso o espectador leve o filme a sério, ele será convencido em poucos minutos a abraçar a idéia que tudo é elevado com justificativas plausíveis. Caso você dê o play disposto a esquecer do mundo, pronto: você fez a escolha certa.
O Vingador (Hobo With a Shotgun, EUA, 2011) de Jason Eisener
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