Adulterar  a realidade não é dos mais novos hábitos da sociedade. A visão  glamourosa dada às viagens lisérgicas através da literatura e música nos  anos 60 em especial alinhavam estética e existência. Não é o caso de Paraíso Artificiais, debut de Marcos Prado na direção de ficções: seu filme carece de expressão das mais variadas formas.
Em Paraísos Artificiais a estética é fetiche: o horizonte de neon, os corpos definidos, a bagunça de um apartamento da zona sul carioca ou a beleza de Amsterdam compõem um deleite visual que não tem a mesma freqüência da história de  desencontros que guia a narrativa apoiada no uso e tráfico de drogas  sintéticas ligado diretamente a estereótipos.
A visão do consumidor de drogas na cena de música eletrônica nascida nos anos 90 na Europa – que teve reflexos em raves em locais desertos no Brasil – em poucos momentos equivale consciência à  ação do filme. O drama é o cerne da história e por vezes tem o desfoque  de causa e conseqüência, sem simbologias ou metáforas. Tudo é direto e  reto. Ou rápido e raso. Paraísos Artificiais se sustenta pela montagem,  onde flashbacks impõem o choque à história e, claro, ao espectador. Basta saber quais foram pegos pela previsibilidade.
Paraísos Artificiais (Idem, Brasil, 2012) de Marcos Prado

 
 
 
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