O grande trunfo de O Discurso do Rei é o seu desenvolvimento narrativo unido a pertinência de elementos imagéticos para representar o estado emocional de seus personagens. Tom Hooper (Maldito Futebol Clube) os solta na junção de um roteiro bem resolvido e separa seu filme em três atos e em distintas formas de análise pela escolha de quadros. Eles vão, aos poucos, dominando a tela. No ínicio, quando estão inseguros e incômodos, os personagens se espremem no canto da tela. No último ato, o excesso de planos fechados sinaliza a segurança e elimina a sensação decorativa sugerida pelo diretor.
Outro grande aposta - com êxito - do filme de Hooper é a segurança para brincar com fatos históricos, que mesmo usados como pano de fundo, não assumem um papel intocável ou entronizado. Assim, toques de humor são inseridos junto à sua manipulação e impedem que o filme perca ritmo e tome o caminho melodramático.
Fora o perfeito conjunto de elementos funcionais, O Discurso do Rei conta com um elenco em sintonia, que preenche requisitos obrigatórios para este gênero, ao mesmo tempo em que é trivial na hora de desconstruir estereótipos.
★★★★
O Discurso do Rei (The King's Speech, Reino Unido/Austrália/EUA, 2010) de Tom Hooper
O fator que me deixa com grandes expectativas no filme, sem duvida é o elenco. =)
ResponderExcluirAbs!
Tive que vir ler sobre esse filme pra ter certeza que minha adoração pelo Colin Firth não estava influenciando demais minha opinião sobre o filme :P
ResponderExcluirEu acredito de verdade que o melhor do filme é o elenco! Além do excelente Colin Firth, o Geoffrey Rush (que eu não via atuando desde "Elizabeth: A Era de Ouro") é perfeito em todos os momentos, o que faz do personagem dele extremamente adorável!
Eu reparei como o enquadramento das cenas vai mudando ao longo do filme e com o desenrolar da história (e a mudança de postura do rei) mas cheguei a achar que fosse coincidência :)