SE BEBER, NÃO CASE! - PARTE II


Se Beber, Não Case – Parte II já entra em campo com o jogo ganho. No primeiro capítulo da franquia, o diretor Todd Philips angariou personagens que marcassem por comportamento e psique distintas, o que lhe permitiu criar uma relação de intimidade entre eles e a platéia. Boa parte das melhores gags do filme são construídas e executadas dentro desta visão, onde a persona domina a situação, substituindo a ação pelo diálogo.

Philips não pisa no freio e escracha nas consequências da acidental noite de bebedeira. Por mais que Se Beber, Não Case – Parte II se encontre exclusivamente na esfera do escapismo, o longa se faz eloquente como afronta às falsas idéias norte-americanas em relação aos costumes asiáticos – incluindo crenças e conceitos de vida; no mesmo raciocínio, estão o duvidoso moralismo ocidental e a sustentabilidade passiva de pré-conceitos. Aqui, tais temas são apenas fontes de prazer através do riso, porém sutilmente abordados na narrativa.

Para resgatar o jovem Teddy, Phil (Bradley Cooper), Stu (Ed Helms) e Alan (Zach Galifianakis) desta vez passam pelas mais absurdas situações, como o envolvimento com o tráfico, prostitutas suspeitas, um macaco que fuma, tatuagem na face e membros amputados; tudo isso para curar uma amnésia alcoólica. Fora o perigo de vida que seu cunhado passa, Stu vê seu casamento prestes a ser cancelado.
Se a corrida contra o tempo é o termômetro do desenvolvimento narrativo, Philips não é pragmático e a história vira uma bagunça na metade final. Com o excesso de informações e a sensação decorativa criada ao decorrer do filme em torno dos protagonistas, o “jogo” que parecia tão fácil acaba virando uma vitória magra.

Se Beber, Não Case - Parte II (The Hangover Part II, EUA, 2011) de Todd Philips

Um comentário:

  1. Eu gostei da continuação também, não sei porque tá só 35% no Rotten Tomatoes. Vai entender…

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