Seguindo a silenciosa tendência do cinema nacional na última década, Estamos Juntos - filme vencedor do Cine PE deste ano - faz uma análise antropológica  utilizando uma metrópole como cerne. São Paulo é o fio condutor da  história, dividindo suas ruas com vidas corridas, corações frágeis e  relações conturbadas, enquanto as câmeras captam singularidades da  cidade - o tom acinzentado, o trânsito, os arranha-céus, etc.
O diretor Toni Venturi costura nichos sociais distintos da cidade utilizando a médica residente Carmen (Leandra Leal) como pilar da história. Entre palestras sobre saúde na base do movimento dos sem teto, as baladas onde seu amigo DJ Murilo (Cauã Reymond) se apresenta e a relação amorosa com o violoncelista Juan (Nazareno Casero), ela reflete sintomas comuns da vida urbana.
Nestas  extremidades, Venturi não cria um senso de organização na narrativa.  Alguns personagens ganham representação abstrata e enfraquecem a  unidade, fora a insistência na representação dramática por meios  domesticados; excesso de planos fechados com interferência de efeitos  sonoros e, quando pertinente, diálogos que fogem a casualidade para  ilustrar a inevitável fragilidade coletiva, auto-explicativo no título  do filme.
Estamos Juntos é burocrático na construção do âmago de seus personagens, esquivando-se da persona e  indo direto para as motivações e suas consequências. Neste conceito, é  inevitável que o espectador fique inerte a pretensão e a  superficialidade de seu estudo e atente às sugestões implícitas no  roteiro.
Estamos Juntos (Idem, Brasil, 2011) de Toni Venturi

 
 
 
Não gostei muito!
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