Por Anistia ouvem-se respirações ofegantes em todos os cantos; angústia, pressa e relações sexuais. O filme de Bujar Alimani luta para tornar palpável o espectro da não-presença na vida de Spetim e  Elsa, que tem sua mulher e marido encarcerados, respectivamente.
O  panorama político da Albânia persegue a narrativa apesar do esforço de  Alimani para situar Anistia no antro da existência, longe de  conseqüências de atos oriundos de um país em crise constante. O encontro  é comum e sua a consumação é apenas questão de tempo – no meio desse  turbilhão de desemprego, solidão e brigas familiares estão os filhos e o  sogro de Elsa, dependentes dela de formas distintas – enquanto a  ausência toma forma de um recomeço em vias dicotômicas. Spetim e Elsa  miram o mesmo horizonte sobre a mesma pressão de relações fadadas ao  fracasso.
O  esforço de Alimani é claro: raras são as sequências que repetem o mesmo  enquadramento ou movimento de câmera em seguida. A preferência pela  expressão corporal aos diálogos é acertada, porém, seu tema é  forçadamente levado à automática abordagem política, panfletária. Um  tiro no pé tão grande quanto a sequência final do filme.
★★
Anistia (Amnistia, Albânia/Grécia/França, 2011) de Bujar Alimani
 
 
 
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