Pelo nome, Clip define a geração que deseja analisar: dos jovens que convivem com a mutação do tempo e sua velocidade, de relações rasas e de completa exposição. Dirigido por Maja Milos, o filme registra a incoerência atual de tratar a adolescência como tempo de afirmação. A câmera de Milos acompanha a rotina de Jasna (Isidora Simijonovic em total entrega), completamente desfocada dos estudos e de sua família, ela coloca nas festas e no sexo suas frustrações.
Pelo celular, Jasna exibe-se para a câmera e regojiza o seu ego. Se for preciso, mostrará os seus vídeos para conseguir uma noite de sexo e drogas. Ignora o poço que construíra ao abandonar a mãe cuidando do pai doente enquanto Milos coloca o moralismo como peça chave na comunicação com seu público. A diretora comanda cenas desconcertantes onde Jasna é o pavio necessário para jogar o incomodo familiar às favas. Pelo dispositivo móvel, cenas explícitas de sexo espelham a ousadia da garota que representa uma escola – ou uma geração prestes a se perder.
Toda rispidez do filme de Milos esbarra em excessos; seja pelos buracos que o roteiro luta em manter – seja na relação de sua protagonista com a família ou situações não justificadas para ilustrar seu âmago – e pela redundância imagética em dividir os conflitos de Jasna em núcleos definidos pelos dispositivos usados. Apesar da linguagem, Clip alerta para o comportamento e o tempo, afinal, a juventude sempre foi época de formação e descobertas.
Clip (Klip, Sérvia, 2012) de Maja Milos
Achei péssimo e desgastante, como se fosse necessário extrapolar a moral e o bom senso para escancarar a mensagem que ficara bem clara na cena inaugural!
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