É preciso considerar as duas vias que Confiar impõe  ao espectador: a primeira e mais importante, é o alerta de como se  configuram os casos de abuso sexual atualmente e todas as suas  dobraduras e hipóteses. A outra é como o filme se porta como  arte/entretenimento.
O longa dirigido por David Schwimmer mostra a facilidade à exposição e a vulnerabilidade ao perigo possibilitado pelo avanço tecnológico quando Charlie (Chris Henry Coffey),  um homem na faixa dos quarenta anos que,  para alimentar suas fantasias  consideradas doentias, se passa por um jovem numa sala de chat e mente  até o assombroso encontro com Annie (Liana Liberato),  uma garota de 14 anos. Schwimmer coloca em pauta se o consenso entre o  homem e a menina considera o ato como estupro, se o nível de maturidade  pode ser estudado nesses casos e a reverberação intensa na família da  garota que motiva sequências de violência psicológica intensas regidas  por Clive Owen em ótima atuação.
Sustentado por Liberato e Owen, Confiar não consegue equivaler o roteiro excessivamente melodramático à força do assunto. Tudo parece forçado demais para criar a sensação de  compaixão solidariedade da plateia para a família que em questão de  segundos, vão da paranoia completa à dormência, distorcendo o quadro  trágico composto por Schwimmer. O cunho institucional tem mais valia por  não ser justiceiro e vai de encontro com o excesso melodramático e a  previsibilidade do roteiro de Andy Bellin e Robert Festinger.
Confiar (Trust, EUA, 2010) de David Schwimmer

Tava querendo muito ver esse filme, broxei um pouco.
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