O diretor britânico Alex Cox disse durante o lançamento de seu longa Three Businessmen , que aborda o encontro de três infelizes homens de negócios em uma cidade que poderia ser qualquer uma no mundo: “Ela pode ser qualquer uma pois todas, com a globalização, estão perdendo suas identidades. Em cada avenida vemos um Mc Donalds, um restaurante japonês e um restaurante mexicano, todos sob as luzes de neon”.
A declaração de Cox cabe muito bem à análise de Littlerock. Quando o carro alugado para os irmãos Rintaro e Atsuko quebra na pequena cidade de Littlerock, na Califórnia, é dado o pontapé necessário para Mike Ott, além de estudar o caminho inevitável criado pelo marasmo de uma pequena cidade, também insere no contexto a perda de identidade de sua protagonista, vivida por Atsuko Okatsuka.
As raízes de Atsuko logo são esquecidas em troca de um sonho tão fragilizado quanto sua segurança em um país em que não faz parte da realidade. Para ela, o cotidiano tem tom onírico ao ser amada, ter um emprego e um lar. É o suficiente para a menina esquecer o real significado de sua viagem aos Estados Unidos. Ott usa a clara metáfora imagética de silhuetas para pontuar a vertiginosa perda de noção da realidade de Atsuko.
Entre um olhar bem humorado sobre a barreira entre as línguas tão presente na Califórnia e um olhar agridoce sob a contemporaneidade, Ott entrega um loga funcional que não se rende a sentimentalismos e engajamentos gratuitos.
Littlerock (Idem, EUA, 2010) de Mike Ott
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