Como Ondas do Destino e Dançando no Escuro de Lars Von Trier, Submarino é uma obra que parece uma avalanche de tristeza. Por mais claro que pareça, aos poucos se revela na confusa relação entre mente e alma. Usando a pureza das crianças e a irresponsabilidade de adultos como trampolim de discussão, Thomas Vinterberg (o eterno diretor de Festa de Família) dá um soco no estômago de seu público a cada sequência.
A falta de maturidade ao colocar uma criança no mundo e a fraqueza que repousa em diversas formas de dependência motiva Vinterberg a levantar um leque enorme de subtextos no roteiro escrito em parceria com Jonas T. Bengtsson e Tobias Lindholm, desta vez sem afetações e regras – pelo contrário, o diretor praticamente se anula, seguindo, desta vez, uma cartilha muito mais acessível de cinema.
E fragmentando sua história – perceptível após muito tempo de filme -, Submarino além da questão social e comportamental, mergulha na relação de seus personagens e cria uma catarse silenciosa, uma (sim, de novo) avalanche emocional. Vai além do contraste entre a inocência e a maldade. Faz concomitantemente um paralelo entre essas forças. E o final, por mais previsível que pareça, consegue manter uma sinergia caótica.
Submarino (Idem, Dinamarca/Suécia, 2010) de Thomas Vinterberg
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