Repórter musical durante a década de 80, Cameron Crowe (Vanilla Sky, Say Anything) volta a esfera musical visitada pela última vez em Quase Famosos para documentar de forma antagônica os vinte anos de carreira do grupo de Seattle Pearl Jam.
Crowe utiliza a proximidade com os músicos para colocar a posição do Pearl Jam – às vezes sobre a ótica de um integrante em particular, mesclando bom humor, saudosismo e postura anti-qualquer-coisa – sobre as ondas que passou, representadas de forma literal pelo clipe de “Oceans” e do surfe, passatempo predileto do vocalista Eddie Vedder antes de entrar em estúdio.
Sem ordem cronológica, Pearl Jam Twenty mostra o grupo dentro do turbilhão grunge – que os levou para a capa da Time e para o cinema, fazendo parte de Singles – Vida de Solteiro, filme dirigido pelo próprio Crowe -, os inevitáveis atritos na estrada, as inúmeras trocas de bateristas – contadas de forma de sátira ao cinema mudo produzida pelo próprio Crowe -, a batalha com a Ticketmaster por ingressos mais baratos e antes de tudo, o embrião da banda, o Mother Love Bone.
Centrado no aprendizado que o tempo traz, o filme foge de assuntos delicados como a tragédia em Roskilde que matou nove fãs do grupo, a distribuição de discos piratas pela própria banda e a repercussão do clipe de “Jeremy”, baseado em um suicídio em um colégio de ensino-médio nos EUA. Crowe busca representar a autenticidade batalhada em longas turnês e traduzida pela longevidade. E como pilar, lógico, está Eddie Vedder, o bom moço que (in) conscientemente coloca seu falecido pai, Kurt Cobain e Neil Young como referências artísticas. Tal pose nos é empurrada em breves intervalos com performances ao vivo avassaladoras em alto e bom som de canções como “Black”, “Do the Evolution” e “Go”.
Pearl Jam Twenty (Idem, EUA, 2011) de Cameron Crowe
Jeremy foi baseado numa chacina? Essa é nova... Estão precisando pesquisar melhor...
ResponderExcluirA música foi baseada em um garoto que se matou em frente aos colegas de turma. Ele não matou ninguém...