O estreante diretor Paddy Considine mergulha nos paradoxos da sociedade para tirar à força os reais valores de um homem rancoroso marcado pelo passado e uma mulher submissa ao seu marido em Tiranossauro.
Sabiamente, o diretor cria nuances românticos não convencionais para afastar sua obra da crueza e do choque. Afinal, Joseph (Peter Mullan) e Hannah (Olivia Colman) são vítimas da violência sobre diferentes perspectivas. A instabilidade dos dois – também explorados de maneiras diferentes por Considine, os une, apesar de toda diferença. A subversão de valores e ideais aqui se torna referência para o desenvolvimento narrativo, leve e dinâmico, apesar da temática.
O grande acerto do filme é a equivalência entre ternura e rispidez sem cair em sentimentalismos. Seus personagens desconhecem o limite e se auto-sabotam quando bem entendem. Uma referência aos tempos atuais. Tiranossauro é pungente por suas conclusões pessimistas (e masoquistas) de auto-análise, tão frias e realistas como o mundo lá fora.
Tiranossauro (Tyranossaur, Inglaterra, 2011) de Paddy Considine
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