VERMELHO, BRANCO E AZUL


Condutas questionáveis regem a narrativa de Vermelho, Branco e Azul. Uma garota que gosta de se relacionar sexualmente com desconhecidos. Um homem que gosta de “ajudar” estranhos e um rock star adicto e submisso à ideia de sucesso. Apoiado na estética dos bares do sul dos Estados Unidos (cenários de madeira, luz baixa com tons avermelhados) e edição que segue a cartilha dos videoclipes, o longa de Simon Rumley (Club Le Monde) peca pelo tempo perdido na associação às cores da bandeira americana.

O drama de seus personagens é apresentado por mais da metade do filme e passa longe da construção do suspense, gênero no qual o filme é associado e vendido. A crítica pseudo-social de Rumley desemboca em sequências de violência extrema que batem de frente com o moralismo e a ideia de liberdade dos americanos. Se não houvesse a discrepância de gêneros – nada de errado em agregá-los, e sim como eles são posicionados na trama – Vermelho, Branco e Azul teria um impacto muito maior.

O encontro dos três protagonistas acontece no último ato do filme – logicamente, o momento de maior tensão do filme, esquecendo todo o drama construído anteriormente – e afasta o espectador, pois sua força vinha da carga dramática e não do terror. Portanto, fica claro que Rumley entrega uma obra explicitamente irregular; por gêneros, abordagens e intenções.

 ★★
Vermelho, Branco e Azul (Red, White and Blue, EUA, 2010) de Simon  Rumley

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