Ferrugem (Aly Muritiba, 2018)


Como principal recurso de Ferrugem, o argumento da urgência de debate sobre o assunto tratado acaba por sufocar o filme. Dividido em duas partes, o filme sugere o amplo alcance na primeira parte, numa trama novelesca com apoio de estereótipos - sempre com a ideia que quanto mais se alcançar, melhor. Relevada a escolha e com a histeria que o caráter popular demanda para criar o mínimo de atenção além da primeira camada, sobra um filme que se amarra com competência, apesar dos pesares. Na segunda parte, Ferrugem tem vislumbres introspectivos - ainda que nunca se foque em um só personagem por muito tempo. Vale citar o plano-sequencia no qual pai e mãe discutem seus percursos de criação e como chegaram até aquele momento com a câmera que remete à uma criança escorada no banco de trás do carro. No mais, Ferrugem é um comentário geral muito apressado sobre bullying. Por toda essa pressa e histeria num plano superficial, cabe a questão de abordagem e atmosfera, visto que Aly Muritiba tem êxito neste trabalho com Agente e Para Minha Amada Morta. Aqui, o resultado está mais para um produto publicitário que para cinema propriamente dito.

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