AO ABISMO, UM CONTO DE MORTE, UM CONTO DE VIDA


Não é redundância dizer que Ao Abismo, um conto de morte, um conto de vida é um documentário sobre consequências. Seria óbvia a análise sobre o julgamento de dois homens acusados de um triplo homicídio, porém, Werner Herzog ao dizer a Michael Perry, condenado à morte, que não precisa gostar dele, mas que não concorda com a abertura que a lei dá para acabar com a vida de alguém que errou, desenha o caminho de seu filme: humano e dicotômico ao que diz respeito aos direitos humanos.

Da inconseqúência de atos adolescentes e do amor de quem perdeu entes queridos ao ódio daqueles que desejam justiça, Ao Abismo grita por toda sua duração pela revitalização de um sistema – mais educação, empregos e o entendimento da instituição familiar para que vidas não sejam perdidas; dentro de uma cadeia, condenados à morte ou entregues ao vício.

Ainda que o documentário de Herzog flerte com o formato de reportagem – mesmo longe de sensacionalismos, a potência está em como o realizador molda suas perguntas: muitas desconcertantes, outras que revestidas do acaso disfarçam o mal estar da situação e outras que ganham o silêncio como simbolismo para o lamento, independente da situação que o entrevistado esteja, todos ali tem motivo para estar insatisfeito levando a questão maior que é a necessidade da pena de morte em múltiplas abordagens.

★★★★
Ao Abismo, Um conto de Morte, Um conto de Vida (Into the Abyss, A tale of death, A tale of life, Estados Unidos/Reino Unido/Alemanha, 2011) deWerner Herzog

UM MÉTODO PERIGOSO


Baseado no livro “Um Método Muito Perigoso” de John Keer, David Cronenberg usa Jung e Freud e seus princípios da psiquiatria para construir o processo da culpa em Um Método Perigoso. Jung (Michael Fassbender) atrela os conflitos naturais do ser humano à espiritualidade e aspectos oníricos; Freud (Viggo Mortensen) atrela a sexualidade como princípio para qualquer fraqueza. Como elo personificado, está Sabina Spielrein (Keira Knightley), paciente de Jung e aspirante a psiquiatra.

Cronenberg cria uma teia conflituosa para os dois; Jung utiliza a metodologia de Freud, este que está cada vez mais imerso em seu ego. Preso à dialética, Um Método Perigoso garante sua força por se ater a pertinência histórica – exceto a dispensável briga de egos que no último ato torna-se ferramenta fundamental para conclusão.

Apesar do desenho de complexidade conflituosa, o longa é simples e ambivalente – transparecido na objetividade do elenco.  Com Um Método Perigoso, Cronenberg, intencionado a narrar um momento histórico  preso à técnica universal e hollywoodiana, evita tropeços,  mas em contrapartida aproxima-se do que é ordinário dentro das linguagens do gênero.
★★★
Um Método Perigoso (A Dangerous Method, Canadá/Alemanha, 2011) de David Cronenberg

MR. SGANZERLA - OS SIGNOS DA LUZ

Inventivo,  de postura cínica e subversiva às funções básicas do cinema, Rogério Sganzerla (1946-2004) não poupou ninguém de seus manifestos a favor da expansão das produções cinematográficas e seu alcance, contrariando a divisão do cinema para massas e para os intelectuais.

Da influência e admiração por Orson Welles, Jean Luc Godard e José Mojica Marins no cinema até Noel Rosa e Jimi Hendrix na música, Sganzerla – sempre verborrágico – seguia a criatividade; com Helena Ignez mudou o modus operandi da mise en scène. Pela montagem, criou o caos e contrariou a logística do uso do som no cinema.

Neste ensaio em primeira pessoa composto basicamente por imagens de arquivo em som off, Joel Pizzini constrói a essência da obra do diretor. Do inconformismo – representado diversas vezes por Sganzerla ressentido pela fuga do país em 1970 e pelo caminho comercial tomado pelo cinema – às atitudes como a criação da produtora Belair e a resolução ilustrativa de It’s all True, filme não terminado de Orson Welles em O Signo do Caos (2005), Mr. Sganzerla perfila a cartilha de filmes-tributo para entronizar a natureza de um artista a favor da subversão.

★★★★
Mr. Sganzerla (Idem, Brasil, 2011) de Joel Pizzini

BELEZA ADORMECIDA


A metáfora da invasão ao corpo de Lucy (Emily Browning) na primeira sequência de Beleza Adormecida ganha proporções avessas pelo caminho tomado por Julia Leigh. Seu longa é remetente ao cinema de Roy Andersson, Ulrich Seidl e outros diretores do leste europeu pelo suporte do silêncio desconcertante, câmera estática e diálogos ríspidos, compensados pela plástica.

Entre o cansativo balé de fades, Leigh constrói conflitos implícitos, onde o desejo de sua protagonista é de ser invadida, penetrada. O paralelo vem de sua luta para manter as contas em dia com diversos empregos – que logo torna-se abstrato pelo comportamento autodestrutivo da garota e a luta pelo resgate da juventude de senhores desconhecidos.

A possibilidade de construir uma bomba relógio usando a persona de Lucy é largada para Leigh levar sua história a caminhos insossos. A força é diluída na repetição de cenas e a perda da representação de seu estilo de vida e de seu porto seguro. Tanto Lucy quanto Leigh almejam explicitamente o controle, mas dividem o mesmo resultado: são vítimas da pretensão.


★★
Beleza Adormecida (Sleeping Beauty, Austrália, 2011) de Julia Leigh

HELENO


As manchetes de jornais que abrem Heleno já são suficientes para José Henrique Fonseca construir a persona de seu protagonista: um homem glorioso e problemático induzido por sua natureza ao autoboicote em uma longa jornada regada a drogas e libertinagem.

Elíptico como Heleno de Freitas, o filme de Fonseca é preciso quando aborda os tempos do jogador no Botafogo; um homem que transcendia a obrigação profissional para lutar pela marca que as vitórias deixariam no tempo – campo para análise do anticonformismo de Heleno que ia de frente à postura maleável de jornalistas, cartolas e colegas de trabalho e até mesmo contra suas decisões polêmicas, como, por exemplo, apontar uma arma para Flávio Costa, técnico do Vasco.

Paralelamente, vemos a didática de noções pela duplicidade narrativa (talvez obrigatória pela amplitude dos termos comerciais que o filme implica) através da conturbada vida sentimental do ídolo alvinegro, algo que dilui a força do longa que até então mostrara Heleno de Freitas materializando a glória para que vejamos o que ele almejou sem medo de ultrapassar seus próprios limites, inclusive jogando pelo América com a saúde debilitada. Mesmo com estes nuances dramáticos, Heleno continua poderoso e trágico pela entrega de Rodrigo Santoro, que foge do pragmatismo que protagonistas de cinebiografias atendem com uma atuação espirituosa e impactante.

★★★

Heleno (Idem, Brasi, 2011) de José Henrique Fonseca

CRAZY HORSE



Longe da eterna questão do real e dos tradicionais talking heads, Frederick Wiseman construiu sua carreira como diretor de documentários analisando o cotidiano de instituições americanas. Em Crazy Horse, a metodologia segue intacta, mas não foge da questão sobre a inventividade em sua carreira.

Esteticamente impecável, a câmera de Wiseman analisa o cotidiano do cabaret que batiza o filme, entre exaustivos ensaios que colocam a teatralidade dos números de dança em comparação aos contos de fadas – a incessante inserção na realidade parisiense não tira o Crazy Horse da idéia de um local fictício, de fantasias e questões essencialmente masculinas, como o voyeurismo, o conceito de erotismo pela sugestão, etc.

De encontro à busca da aura do local está a problemática montagem, com números completos que em certo ponto do filme torna-se puro metodismo. Wiseman não entroniza o sensacionalismo que a rivalidade entre membros da equipe ou o processo de seleção de novas dançarinas trariam. Lentamente e sem medo da saturação, Crazy Horse mantém o diretor em sua zona de conforto, no clássico ato de unir diversas captações de momentos e uni-los por peças, seja a casa, os números, os personagens e até mesmo o protagonista: o espírito.

★★
Crazy Horse (Idem, França/Estados Unidos, 2011) de Frederick Wiseman

DJALIOH


Djalioh (livre adaptação do conto de Gustave Flaubert escrito em 1837), tem natureza ambígua: apesar da abordagem poética, o filme é regido pela narração e a questionável imposição da verdade nas imagens de um homem significativo para a inventividade do cinema como Ricardo Miranda – mais conhecido por seu trabalho de montador de A Idade da Terra de Glauber Rocha.

Djalioh é metade homem, metade macaco. Observador e mudo – alusão à posição do espectador -, ele se apaixona por uma mulher de casamento marcado. Miranda, além de unir a posição de narrador, protagonista e metáfora à questão do instinto em jogos de elipses e devaneios poéticos, sempre usa a dispensável reconstituição, impedindo a interação completa do espectador ao criar versões particulares da história e a ligação aos primórdios do storytelling.

A ausência de insinuações dá a Djalioh a formalidade que vai de encontro com tudo que o filme construíra; um filme de baixo orçamento e livre das amarras do processo de produção cinematográfica que deixa de ser literatura para se tornar ilustração.

★★
Djalioh (Idem, Brasil, 2011) de Ricardo Miranda

SHAME


Shame é um exercício estilístico que tem o desconforto a seu favor pela delicadeza do tema-chave: o sexo como conformidade, afirmação, escapismo e conseqüente vício. Como no antecessor Fome, o filme de Steve McQueen tem sua força maior nas cenas regidas pelo silêncio, quando a sugestão de comunicação com a alma do protagonista é explícita.

O peso da rotina de Brendan (Michael Fassbender) – trabalho, sites pornográficos, sexo com desconhecidos – é composto por jogos de sombras, planos e sugestões que dialogam com Sissy (Carey Mulligan), contraponto para a realidade e personificação da ambigüidade que o sexo tem para Brendan (como uma cortina abrindo e revelando segredos), pois o encontro forçado entre eles e o choque com o real ganham mesmo espaço e impacto.

Lentamente Shame se revela um panorama pessimista sobre  comportamento e conseqüências de um tempo de urgência e superficialidade; apesar do crescente desprezo e indiferença, nós, em algum lugar, temos sentimentos e pagaremos por nossos atos – peso, culpa, (in) satisfação se misturam para Brendan, mas o sentido da obra cabe a qualquer um.

★★★
Shame (Idem, Reino Unido, 2011) de Steve McQueen

PINA


O filme-tributo de Wim Wenders à coreógrafa e dançarina Pina Bausch (1940-2009) remete aos tempos áureos de equivalência entre expressão e desconstrução como nos filmes russos da década de 20 e do neo-realismo italiano nos anos 40. Wenders reconstituiu números em lugares de inspiração da homenageada – cidade, campo e palco, terreno das multiplicidades, assim como o cinema.

Pina é o exame de uma carreira focada na superação e do passo à frente em relação aos limites. Vemos os bailarinos caindo e levantando para recomeçar sem hesitar. O esforço repetitivo se torna um número de dança como a extensão do corpo, suporte para a vida e campo para análises profundas sobre a complexidade da alma; a catarse onde encanto e angústia se equivalem para funcionalidades desconhecidas.

Os números interativos podem saturar os que se concentram à imagem, principalmente pela decupagem que não investe em inovações, mas Wenders dá foco ao esforço de Pina de dialogar com público, equipe, palco e antes de tudo, consigo. Este é o grande acerto do filme, que se torna relevante pela legitimidade e resgate de uma linguagem rica em diversos aspectos.

★★★★
Pina (Idem, Alemanha/França/Reino Unido, 2011) de Wim Wenders

HABEMUS PAPAM


Há muito tempo não se via um embate entre solo social e religioso pavimentado com tamanha delicadeza e sapiência como em Habemus Papam. Rico em ironia e articulações existenciais, o filme de Nanni Moretti se passa durante o conclave que elegeu um papa motivado a viver longe das obrigações de um pontífice.

Alegorias como arte e desconstrução (usando Tchekhov como referência) e psicanálise (personalizado pelo próprio Nanni Moretti) estão como suporte para o Papa (o ótimo Michel Piccoli), disposto a desbravar um novo mundo e se adaptar ao tempo ao óbvio conflito que a doutrina católica causa em sua mente. Respeitoso à instituição, Moretti é preciso ao abranger a idéia a motes que manipulam a liberdade de seus seguidores – incluindo a arte.

Longe de um manifesto anti-religioso pedante, Habemus Papam é humano o suficiente para pautar ambos os conceitos e compreendê-los como essenciais à existência, seja como forma de escape ou afastamento natural de nossa auto-suficiência.

★★★★
Habemus Papam (Idem, Itália/França, 2011) de Nanni Moretti

O DUBLÊ DO DIABO


Viver na pele de um monstro. Latif Yahia morreu simbolicamente e viveu como alterego de Uday, filho de Saddam Hussein, conhecido pelas barbáries que cometia em Bagdá. Campo para Lee Tamahori analisar a natureza do extremismo da família Hussein e do abuso de poder no Iraque, porém, O Dublê do Diabo aos poucos se configura como um filme de superfície, tendencioso ao narrar uma batalha no velho molde good cop/bad cop através da loucura de um homem que não conheceu os limites e um voyeur que aos poucos se destina à reação.

A construção de personagens e o sensacionalismo em torno do enigma que envolvia a real identidade de Uday tencionam o filme pela narrativa caricata, sustentada graças à entrega de Dominic Cooper e Ludivine Sagnier. Para Tamahori é obrigação ter o conhecimento de protagonismo e antagonismo com raras variações ao longo do filme que é baseado no livro escrito pelo próprio Latif.

A trivialidade que rege O Dublê do Diabo – com clara intenção de o tornar um filme de fácil acessibilidade e interpretação – acaba parecendo como um tiro no pé. Dinâmica e interatividade nesse caso colocam o longa preso à cartilha dos filmes de ação, com todos os eixos que o gênero exige.


★★
O Dublê do diabo (The Devil's Double, Bélgica/Holanda, 2011) de Lee Tamahori

L'APOLLONIDE - OS AMORES DA CASA DE TOLERÂNCIA


Espectro da mudança de convenções do olhar feminino e sua força no fim do século XIX, L’Apollonide – Os Amores da Casa de Tolerância carece da desconstrução semelhante a de uma pintura: o sexo se confunde com a ternura e a liberdade tem a mesma motivação do sadismo.

Jogo implícito do diretor Bertrand Bonello, o longa trancafia suas personagens em ambientes escuros para esconder a trivialidade da rotina. Ao mesmo tempo em que um médico as amedronta, ignoram o futuro e colocam a submissão em primeiro plano.  Não se sabe ao certo se a prostituição naquele local é trabalho, ajuda ou pagamento de dividas. O paralelo com a pintura segue na composição das sequências – elas de fato ganham planos assimétricos semelhantes à ilusão de movimento em uma pintura.

Bertrand força a aparição da felicidade através de um sorriso feito à navalha. O seu filme é feito para chorar enquanto você, espectador, sorri. A inversão de valores durante a Belle Époque está muito mais para a idéia de atmosfera – soturna, densa e melancólica do que o choque de um novo tempo para as mulheres daquele bordel.

L’Apollonide não cria raízes com suas personagens; as usa da mesma forma que os clientes. É possível trocá-las e confundí-las. O cansativo ritmo de cortes para acompanhar o dia-a-dia dessas mulheres e a troca aleatória de tempo narrativo é um tropeço dentro da angustiante e sensorial abordagem do peso de um tempo que não declarou o seu fim; apenas uma possível mutação.

★★★★
L'Apollonide - Os Amores da Casa de Tolerância (L'Apollonide - Souvenirs De La Maison Close, França, 2011) de Bertrand Bonello

12 FILMES PARA 2012

Enfim, 2012. O Oscar passou e a temporada se inicia. Listamos 12 filmes que merecem atenção – mesmo que eles não tenham previsão de estreia no Brasil.

THE GRANDMASTERS de Wong Kar Wai

A previsão de estreia do novo filme de Wong Kar Wai (Amor à Flor da Pele, Felizes Juntos) era para o Festival de Cannes de 2011, mas contratempos durante as filmagens adiaram para 2012. A idéia que a primeira exibição seja mesmo em Cannes. O longa foge da metodologia introspectiva do diretor para lapidar em sequências de ação a vida de Bruce Lee.
Sem previsão de estreia no Brasil.

FAUSTO de Aleksandr Sokurov

Vencedor do Leão de Ouro em Veneza, o novo longa de Aleksandr Sokurov (Arca Russa, Mãe e Filho) têm foco nas entrelinhas do livro de Goethe.
O filme tem distribuição garantida no Brasil pela Imovision e a estreia é prevista para o segundo semestre.
OS BEM AMADOS de Christophe Honoré

Com exibições canceladas no Festival do Rio, o último filme de Honoré é um dos mais esperados para 2012. O longa que encerrou o último Festival de Cannes é sobre tempo, conflitos e moda (!).
Este também tem distribuição garantida no Brasil pela Imovision e a estreia é prevista para o segundo semestre.
MOONRISE KINGDOM de Wes Anderson

Edward Norton, Tilda Swinton, Bruce Willis, Jason Schwartzman, Frances McDormand e Bill Murray são alguns dos nomes que estrelam Moonrise Kingdom. Porém, dizer que se trata da nova comédia de Wes Anderson já bastaria.
Sem previsão de estreia no Brasil.
CAPTIVE de Brillante Mendoza

Ainda em solo filipino, Brillante Mendoza tem Isabelle Huppert como protagonista deste thriller que aborda o seqüestro de doze turistas por um grupo de muçulmanos. A parceria entre Mendoza e Huppert foi firmada no Brasil durante a passagem dos dois pelo Indie – Mostra de Cinema Mundial. Captive é o primeiro filme de Mendoza após o prêmio de melhor diretor no Festival de Cannes por Kinatay.
Sem previsão de estreia no Brasil.

LOS CHIDOS de Omar Rodriguez Lopez
Após o epilético Assassino Sentimental de Máquinas, Los Chidos é guiado pelo humor negro para contar a história de uma família mexicana que vive numa borracharia entre highways e tem sua rotina mudada pela chegada de um americano perdido.
Sem previsão de estreia no Brasil.

THE LORDS OF SALEM de Rob Zombie

Rob Zombie se desprende dos remakes para filmar um roteiro próprio, algo que não fazia desde o genial Rejeitados pelo Diabo. Um grupo de bruxos sádicos volta para Salem após um DJ tocar um vinil amaldiçoado. Insanidade a vista.
Sem previsão de estreia no Brasil.

ON THE ROAD de Walter Salles

Mais um filme com estreia em Cannes adiada em um ano. Baseado no livro homônimo de Jack Kerouac, o longa tem no elenco nomes como Sam Riley, Kirsten Dunst, Amy Adams, Alice Braga e Viggo Mortensen.
Estreia prevista para 08 de junho.

WRONG de Quentin Dupieux

Dupieux tem no currículo filmes-manifestos como Rubber e Steak. Com  Wrong o método não é diferente ao usar a ironia na história de Dolph, homem que perde seu cachorro e acaba mudando a vida de oportunistas, assassinos e viciados.
Sem previsão de estreia no Brasil.

CARNAGE de Roman Polanski
Kate Winslet, Christoph Waltz, John C. Reilly e Jodie Foster numa comédia de Roman Polanski. Basta?
Previsão de estreia para 29 de junho.

LIVID de Julien Maury e Alexandre Bustillo

Quatro anos após o brutal A Invasora, Julien Maury e Alexandre Bustillo repetem a parceria e o gênero em Livid, filme que conta a história de uma enfermeira corrupta vítima de eventos sobrenaturais ao tentar assaltar a casa de uma cliente.
Sem previsão de estreia no Brasil.

INTO THE ABYSS de Werner Herzog

Em abordagem única sobre o tema, Werner Herzog acompanha os últimos dias de Michael Perry e Jason Burkett, condenados à morte por homicídio triplo. A relação entre diretor e protagonistas  variam intensamente entre o desprezo e a complacência.
Sem previsão de estreia no Brasil.

MINHA FELICIDADE


O paralelo entre o martírio – aqui transparecido para o vigor físico de Georgy (Viktor Nemets) – vivido pela Rússia e seu protagonista, vítima de abuso de autoridade e do azedume de moradores de um vilarejo marcados pela guerra sintetizam a escolha de Sergei Loznitsa em seguir um método que se distancia dos personagens para realçar a angústia de um tempo difícil. Minha Felicidade é um exercício contemplativo, duro e necessário.

O filme de Loznitsa é feito para o lado imagético, usando o mesmo princípio alusório de pinturas e obras abstratas, como um espelho da história política do país-chave da trama. Atente-se ao lado grosseiro nas relações pessoais e a frieza igualmente cruel no cerne profissional - receita para o sucesso sem criar alianças. Cenas cruéis podem ser tão alusórias quanto a ascensão de um país focado em interesses que não colocam a população em seu cerne.

★★★★
Minha Felicidade (My Joy, Ucrânia, 2010) de Sergei Loznitsa

*comentário originalmente publicado na cobertura do Festival 4+1.

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