HANNAH SOBE AS ESCADAS


O movimento mumblecore realiza filmes de baixo orçamento, tem base no improviso e não tem um roteiro certo a seguir. O diretor Joe Swanberg é membro do tal mumblecore, algo que não chega a ser inovador como o Dogma 95, por exemplo, mas faz sua parte em Hannah Sobe as Escadas, filme que ainda não entrou em circuito nacional.
O registro do cotidiano de forma natural, através do improviso funciona, pois é preso pelos interessantes diálogos no início da trama. Hannah é uma garota recém-formada e começa a trabalhar em uma produtora, mais especificamente em um seriado. Mas enquanto ela desenvolve seu trabalho com os roteiristas, ela questiona os valores contemporâneos e seus sentimentos, criando dúvidas em relação ao seu futuro, criando daí os conflitos principais do filme, pois Hannah é o ponto de partida da vida de todos os personagens.

O baixo orçamento é motivo de orgulho, mas não é usado a favor, com pouca ousadia, as mudanças de planos são quase nulas e até imagem desfocada podemos observar.

Hannah enquanto muda de namorado, continua a se questionar e o filme não muda, continua preso pelos diálogos, que vão ficando mais longos conforme o andar do filme. Em seu último ato, eles já estão massantes. Os personagens falam exaustivamente e nem sempre algo que faça sentido com a trama. 

O filme é interessante por tocar em assuntos atuais e de forma inteligente, sobre a vida nova de quem acabou de virar adulto e suas inseguranças e preocupações, de registrar a naturalidade, mas não se desenvolve e não tem a coragem suficiente para ousar em movimentos de câmera e em planos escolhidos.

★½
Hannah Sobe as Escadas (Hannah Takes the Stairs, EUA, 2007) de Joe Swanberg

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