VOCÊS, OS VIVOS



Depois do insano filme-poema Songs From the Second Floor, Roy Andersson volta à ativa com Vocês, os Vivos, mantendo o poder de suas metáforas e uma construção que oscila entre o abstrato e o bê-a-bá da narrativa e com belíssima fotografia.

Andersson tem uma peculiaridade em suas construções. Os takes são sempre com a câmera parada, personagens sempre apáticos e reações mornas as situações do cotidiano, mas apostando no lado ‘tragicômico’ da coisa. No meio disso, encontramos espaço para uma larga crítica aos “vivos”. Obviamente essa maneira pode criar uma urgente sensação de estranheza ou a revolta pintada de tédio, sensações totalmente previstas pelo diretor que obtém as respostas para elas durante a exibição.

Andersson nos mostra de uma forma que só ele sabe fazer, que nós, os vivos, estamos perdendo nosso tempo com coisas banais, depreciando a vida em momentos que deveríamos aproveitar ou reclamando e cuspindo a falta de compaixão. É engraçado pois o povo sueco salienta tais sensações, logicamente influênciado pelo clima e o natural distanciamento do povo do leste europeu.

Nós, os vivos, precisamos de remédios para viver, deixamos de viver para ver a vida dos outros passarem na nossa frente e pedimos ajuda para reclamarmos depois. Andersson não grita e nem deixa explícito, pelo contrário. Ele prefere uma marchinha de uma banda do exército para nos mostrar quão ridículos nós somos. O filme está em cartaz em alguma salas do Brasil.

★★★★
Vocês, os Vivos (Du Levande, Suécia, 2007) de Roy Andersson

7 comentários:

  1. Espero que fique em cartaz aqui na minha cidade, também!:**

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  2. OláQue legal a temática desse filme, bem profundo. Pena que não vai sair nos cinemas aqui da minha cidade.Até mais : )

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  3. Nossa, filme ótimo!Eu vi há algum tempo… Achei por acaso procurando sobre o diretor. Gostei muito, tão bom quanto 'canções…'Crítica perfeita ao ser humano.

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  4. Quero ver! Deu vontade…

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  5. Olha que bacana, onde vende ingresso pra ver gente sendo eletrocutada?

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  6. Ouvi fala desse, mas não pude conferir ainda!

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  7. Ai, não.Vi esse filme no FIC Brasília de 2007. É muito ruim. Que coisa enfadonha.O mais sonolento daquele ano.Mas gosto cada um tem o seu…Ah! Acabei de ver ali do lado: já não era sem tempo a SET voltar! Espero que sem o Sadovsky ela melhore.

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