O ÚLTIMO ELVIS



Elvis Presley, o "inventor" do rock, é mais um da lista de heróis americanos. O músico, falecido em 1977, tem homenagens em nomes de rodovias e ruas e um museu dedicada à sua intimidade, para citar algumas. Na Argentina vive Carlos, operário que prefere se esconder atrás da persona do cantor norte americano, assim aumentando a renda mensal com shows em cassinos e asilos. O Último Elvis tem a silenciosa guia da ideia de sucesso a partir do capital e status.

Elvis e Carlos dividiram da mesma angústia e insatisfação. Carlos, também pai de uma “Lisa Marie”, apesar do que acontece ao seu redor que o catapulta para uma nova ótica da vida com um possível acerto e a sensação de plenitude, é imerso pelo objetivo que é ser, de fato, Elvis. O capital é para Carlos, o status, para Elvis. Basta escolher a quem seguir.

Dirigido por Armando Bo, O Último Elvis é configurado por abismos; apresenta seus personagens e cria um abismo – proposital, mas que rouba o ritmo do filme. Volta ao prumo e se autosabota novamente, como seu protagonista. Sem intenções de captar de grandes expressões ou desenhar conflitos, Bo capta atitudes mundanas e extraordinárias da parte de seu protagonista, fadado ao objetivo de viver constantemente num espetáculo composto pelo medo, afinal, o “fracasso” está à porta.

Apesar de suas intenções no quesito dramático, Bo é contido em desenhar mise en scène e representações, que, unido aos abismos citados, freiam de vez o diálogo com o espectador. Da convocação ao abismo e o – espetacular – reencontro entre realizador e público fazem de O Último Elvis um filme irregular.

O Último Élvis (El Último Elvis, Argentina, 2012) de Armando Bo

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