A VISITANTE FRANCESA


Resumido a exercício de roteiro, A Visitante Francesa segue a fórmula básica de Hong Sang Soo, com diretores de cinema, bebedeiras, film festivals e bom humor em sua temática. Desta vez, o realizador sul-coreano utiliza sua visão sobre o país num cardápio de possibilidades a partir da visita de uma famosa diretora de cinema francês ao país.

Em amplo campo, Song Soo constrói uma obra palatável em comparação a seus últimos filmes. Ainda que não seja possível confirmar a abertura dada pelo diretor, distinguir a liberdade em seu método, principalmente por seu pilar narrativo, a diretora francesa, vivida por Isabelle Huppert, é fácil. Longe de qualquer espécie de construção de personagem, Huppert parece estar à disposição do jogo de multiplicidade que o roteiro oferece.

Dividido em três episódios, com os mesmos personagens – o que novamente dá a entender por influência de Woody Allen –, A Visitante Francesa se resume à mise en scène para atribuir conflitos. Na superfície, o elo comum do cinema – conflito versus moral – minimizado ao espaço cênico, que sugere a discussão sobre a índole dos coreanos, claro, com muito bom humor, através da figura do salva-vidas, vivido pelo ótimo Jun Sang Yu, de The Day He Arrives, também de Sang Soo.

Não há grandes novidades em relação ao caminho traçado nos últimos anos por Sang Soo em A Visitante Francesa; para os familiarizados, este se torna um problema, pois, como Allen (ao adotar o suspense como novo gênero), Sang Soo necessita de reinvenção.

 
A Visitante Francesa (Da-Reun Na-Ra-e Seo, Coréia do Sul, 2012) de Hong Sang Soo

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