O GOLPISTA DO ANO

 

As intenções duvidosas de Glen Ficarra e John Requa em O Golpista do Ano se formam num humor desgastado por filmes destinados aos jovens. O filme de Ficarra e Requa não se enquadra neste gênero, pois os objetivos são diferentes, mas a fórmula é caricata o bastante para surtir o mesmo efeito que os teenagers. A narrativa torna-se abstrata por não existir um norte para a trama. Apesar de não existir uma clara separação, é possível posicioná-las em três núcleos.

Traumatizado desde a infância, Steven Russel (Jim Carrey) procura sempre ter uma boa vida, até descobrir que ser desonesto pode render muitos cifrões a mais para o seu bolso. As reações são desencadeadas de maneira gratuita e sem a clareza necessária para saber o que e quem os diretores pretendem gozar. A homossexualidade aqui é instrumento de deboche e não um apoio para o desenvolvimento do filme. Por outro lado está Ewan McGregor que faz Phillip Morris, seu personagem, habitar longe da escada humorística e se aproximar de bom coadjuvante que muitas vezes sustenta as cenas comandadas por Ficarra e Requa, que formam o terceiro núcleo por incessantemente buscarem pleonasmos dentro do roteiro.

McGregor e Carrey estão em dois filmes diferentes. Não pela personalidade distinta dos personagens que poderia justificar tal afirmação, mas sim pelas motivações de cada um em cena. Carrey é aquele que estamos acostumados a ver: careteiro, exagerado. Ele dá vida a um estereotipo. McGregor parece imergido em Phillip Morris. O resultado é a falta de química entre os personagens que se conhecem dentro de um presídio.

O humor de O Golpista do Ano é justificado pela opção sexual de seus protagonistas e troca os pés pelas mãos; tudo é motivo para cair em escatologia, para falar de pênis ou brincar com formatos de objetos. Como disse anteriormente, um humor para jovens. A carência da desconstrução de personagens para dar algum sentido às intenções dos diretores é grande. Ela  abordaria um humor mais refinado e daria uma nova faceta ao filme, que no fim das contas parece gratuito, caricato e sem inspiração alguma, mesmo cheio de boas opções a seguir.

O Golpista do Ano (I Love You Phillip Morris, França/EUA, 2009) de Glenn Ficarra e John Requa

5 comentários:

  1. Eu sabia que esse filme iria ser "trash"!!!!

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  2. Eu pensei que ia ser bonzinho. Com uma mudança no elenco, talvez o filme ia ser bem melhor, mas com Jim Carrey? Estão apelando cada vez mais, hein!

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  3. Xi, não gosto de filmes apelativos assim!

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  4. Por essa eu não esperava!

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  5. Resumindo, um lixo!

    De fato o Jim Carrey e esse esteriótipo do engraçado, cansa!

    O que é um desperdício, pq ele fazendo drama, é bom.

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