O CURIOSO CASO DE BENJAMIN BUTTON


Com ares de superprodução e que parecia ser mais um roteiro excêntrico para uma competente direção de David Fincher, o filme O Curioso caso de Benjamin Button é uma reflexão e celebração à vida, sem exageros dramáticos, apresentando um diretor realmente versátil, Brad Pitt afiado até mesmo para ser apático e Cate Blanchett talentosa como sempre.

Seguindo a risca o nome do filme, acompanhamos o a vida de Benjamin Button, que nasceu com problemas no corpo semelhantes à de um idoso de oitenta anos e tem a vida literalmente vivida ao contrário. Abandonado pelo pai com poucos minutos de vida, Benjamin foi criado em um asilo, mas o que poderia criar alarde e curiosidade por parte dos vizinhos, ciêntistas e da mídia simplesmente não acontece. Talvez o sensacionalismo foi deixado de lado para mergulharmos na humanização total do personagem vivido por Pitt e os efeitos desse curioso caso são deixados de lado.

Benjamin vai ficando mais jovem e vai vendo seus amigos e familiares perderem a vida e como consequência uma base estável, mas é algo que ele esteve preparado, pois sabe que não poderia amar todos para sempre. O costume das perdas e valores é tocada. Morte natural ou não, ou apenas o abandono. Seja ela traçada por Deus ou pelo acaso. A morte aqui é um personagem. É através dela que temos a referência para a narração da vida de Benjamin. Mas ele tinha um motivo para acordar todos os dias, o filme usa tal narração reforçada por elipses bem montadas, onde os fios narrativos são comandados pelo amor, obviamente.

Button aproveitou a vida como pode numa espécie de Forrest Gump, tão recluso e apático quanto o personagem de Tom Hanks, porém mais astuto em certas ocasiões e nos mostra que mesmo com tudo que passamos pela vida, tudo volta para o seu devido lugar, onde realmente deveriam estar, mesmo quando tentamos mudar o curso natural da vida. E o auge dela é provavelmente a mais interessante e também a mais próxima com o filme de Robert Zemeckis, aqui tratado com a medida certa entre o humor e o drama. Reencontros são permitidos e apropriados para mais lições e analogias. Button não mediu esforços do corpo e de seu espírito e desbravou o amor e a guerra, literalmente falando, construídas por cenas de uma beleza estonteante e um trabalho de maquiagem impressionante.

Mesmo com a previsibilidade em momentos importantes para a trama que é linear por três horas, o filme comove. Button foi até onde sua idade permitiu, no caso, até quando tinha maturidade suficiente para enfrentar a vida sozinho. O filme é muito bem construído e de técnica invejável e coloca David Fincher no topo novamente após o tropeço em Zodíaco, lugar este que Fincher não deveria ter saído.

★★
O CURIOSO CASO DE BENJAMIN BUTTON (The Curious Case of Benjamin Button, EUA, 2008) de David Fincher


4 comentários:

  1. to dooida pra assistir esse filme! e tbm o da jolie, que vc comentou no post passado…esse benjamin button, parece que tem um livro bem antigo que traz essa historia né??=***

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  2. Esse filme deve ser muito bom.Cada vez melhor Pedrão! ; ]

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  3. Oi, Parabéns pela casa!Você poderia criar um gadget para interessados em acompanhar seu blog,seguidores, é bem legal pq quem acompanha sabe quando tem coisa nova, e tals..você deve saber

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  4. Achei o filme excelente, por enquanto é o meu preferido da temporada. No geral é mais de técnicas do que de atuações, nao me espanta que não venha levando quase nada nessas categorias nas premiações, apesar dos atores talentosos o que rouba a cena mesmo é a parte técnica, maquiagem, fotografia, efeitos, a trilha excelente, a edição e até o roteiro, q aliado a edição mantem o ritmo do filme.. que apesar de longo não é cansativo. mt bom!

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