Indie: GIGANTE


Seria ordinário demais se o diretor Adrián Biniez construísse a história de Jara - um homem que está aquém dos padrões de beleza e econômicos para ser considerado bem sucedido – com a trilha sonora adocicada e diálogos pincelados pela emoção para pontuar o romance no texto de Gigante.

Pois Jara é um homem dormente a tudo que acontece ao seu redor. Parece não se importar em viver intensamente o tédio da rotina e do seu emprego de segurança em um supermercado durante a madrugada. Lá, ele tem a companhia do rock n roll, de sanduíches e dos corredores do mercado, transmitidos através de uma tela de TV. Biniez tem a noção ideal para passar a desgastante rotina de Jara de uma forma convincente para ligar através da identificação da platéia. Por outro lado, Jara parece inerente à seu tédio, o público, não.
O segurança não é gigante apenas pelo seu porte físico, mas por ser imune a toda repressão de um sistema social impregnado pelas ruas de Montevidéu. Lá, nas ruas da cidade, ele cria uma nova rotina, guiada pelo seu amor tem pela faxineira do supermercado.

O filme ensaia inserções de humor em momentos oportunos, mas prefere seguir um novo caminho. Caminho este que afasta o envolvimento de seus personagens com a platéia e não foge da previsibilidade e da redundância nas apostas narrativas. Mesmo assim, o ator Horacio Camandule transparece um homem que tem sede de viver, incrustado no corpo de um homem reprimido por valores morais e sociais.

Gigante (Idem, Uruguai/Argentina/Espanha/Alemanha, 2009) de Adrián Biniez

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